JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: A peridural contínua é utilizada para alívio da dor do trabalho de parto e associada a baixos índices de complicações. Estudos com enantiômeros levógiros dos anestésicos locais demonstraram maior segurança em função de menor cardiotoxicidade. O objetivo deste estudo foi comparar a analgesia e o bloqueio motor entre a bupivacaína (S50-R50) a 0,125% e a bupivacaína em excesso enantiomérico de 50% (S75-R25) a 0,125% e 0,25% em peridural contínua para analgesia de parto. MÉTODO: Realizou-se ensaio clínico duplamente encoberto, com distribuição aleatória de 75 participantes em trabalho de parto, distribuídas em três grupos: GI - bupivacaína (S50-R50) a 0,125%; GII - bupivacaína (S75-R25) a 0,125%; e GIII - bupivacaína (S75-R25) a 0,25%. A inclusão no estudo foi feita após assinatura do Consentimento Livre e Esclarecido. RESULTADOS: Não foram encontradas diferenças estatísticas significativas quanto à latência da analgesia, nível sensorial do bloqueio, volume de anestésico local, duração do trabalho de parto e da analgesia, freqüência de parto instrumental, escores de Apgar ou pH do cordão umbilical. O intervalo para a primeira dose resgate foi maior e os escores de dor em 45 min foram menores no grupo bupivacaína (S75-R25) a 0,25%. A intensidade do bloqueio motor foi maior no grupo bupivacaína (S50-R50) a 0,125%. CONCLUSÕES: A bupivacaína (S75-R25) determinou um bloqueio motor menos intenso, mesmo quando utilizada em maior concentração (0,25%), resultando em melhor qualidade de analgesia, sem interferir na evolução do trabalho de parto ou na vitalidade dos recém-nascidos.
ANALGESIA; ANESTÉSICOS, Local; ANESTÉSICOS, Local; ANESTÉSICOS, Local; TÉCNICAS ANESTÉSICAS, Regional