Diversas florações da cianobactéria Microcystis aeruginosa têm sido observadas nas águas do estuário da Lagoa dos Patos nos últimos 15 anos, sem o devido estudo de sua distribuição e ocorrência ou do risco de contaminação do ecossistema aquático. Neste estudo, foram realizadas a identificação e a quantificação das cianobactérias da região estuarina da Lagoa dos Patos, particularmente M. aeruginosa, incluindo um levantamento quali-quantitativo dos principais grupos microfitoplanctônicos em relação à sua distribuição geográfica no estuário. Evidenciou-se que, ao longo de 12 meses, Microcystis aeruginosa esteve presente na região estuarina, com valor máximo de 1,3.10(6)cél.L-1 em dezembro de 1994 e mínimo de 1,5.10(5) cél.L-1 em agosto de 1995, evidenciando a região norte do estuário da Lagoa dos Patos como sua principal fonte de entrada. Os períodos de maior abundância celular e colonial dessa cianobactéria foram consistentes com os resultados obtidos para os níveis de clorofila-a nas águas de superfície. Foram realizados testes de toxicidade (DL50 - 24 h) em camundongos com os extratos das florações de M. aeruginosa e foram determinadas, através de HPLC-DAD, as concentrações e algumas das variantes da hepatotoxina microcistina. As florações de M. aeruginosa observadas foram consideradas altamente tóxicas, com concentrações celulares de toxinas atingindo valores maiores que 1mig.mg-1 p.s. e DL50 - 24 h menores que 100 mg.Kg-1 p.c. Encontraram-se diversas variantes da toxina microcistina, sendo microcistina-LR a principal.
cianobactéria; Microcystis aeruginosa; hepatotoxinas; estuário da Lagoa dos Patos; microcistinas