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O agronegócio no Mercosul: dimensão econômica, desenvolvimento industrial e interdependência estrutural na Argentina, Brasil, Chile e Uruguai

Este artigo utiliza a análise insumo-produto para mensurar e avaliar, de uma perspectiva sistêmica, a estrutura do agronegócio no Mercosul. O processo metodológico desenvolvido permitiu verificar, para 1990, que o agronegócio do Mercosul responde por 29,18% do PIB do bloco. Uma análise mais particularizada indicou que o agronegócio da Argentina responde por 33,93% do PIB desse país, o do Brasil por 27,39%, o do Chile por 40,71% e o do Uruguai por 60,59%. Verificou-se também a coexistência de três etapas de desenvolvimento em que a produção rural se industrializa: o Brasil, com um agronegócio alimentar em vias de industrialização avançado; a Argentina e o Chile, que estão num processo de industrialização acelerado, sem, contudo, atingir o nível de economias alimentares industrializadas; o Uruguai, com uma economia alimentar. A estrutura do comércio mostrou um grau de dependência limitada em importados, no caso da montante, e um grau de dependência relativamente mais elevado em exportações, no caso da produção rural e da jusante. Por sua vez, a estrutura de exportações intrabloco da produção rural e da produção agroindustrial evidenciou que os fluxos de comércio são canalizados, majoritariamente, para as mais diversas cadeias produtivas da região. Portanto, embora os agronegócios da região sejam significativamente diferentes em termos de tamanho econômico, desenvolvimento industrial e dotação de recursos, há complementaridade econômica, bem como potencialidades para uma maior integração econômica dos países-membros do Mercosul.

agronegócio; Mercosul; economia internacional; insumo-produto


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