Este artigo busca justificar a evidência casual de que desinflações monetárias tendem a ser acompanhadas de queda no produto utilizando-se do arcabouço da teoria dos jogos evolucionários. A aplicação deste arcabouço tem o seu apelo porque combina duas hipóteses freqüentemente apontadas como responsáveis pelo fato de que desinflações críveis têm custos: racionalidade limitada e falha de coordenação. A análise das desinflações constitui-se na análise da transição entre dois equilíbrios estacionários. A dinâmica da economia em direção ao novo equilíbrio do jogo de estabelecimento de preços é dada pela dinâmica replicadora, que usa uma regra de seleção de estratégias simples e intuitiva: estratégias que apresentam desempenho pior que a média têm sua utilização reduzida ao longo do tempo. O custo da desinflação em nosso modelo depende do quão rápido agentes passivos, que continuam a adotar a estratégia que era ótima para o equilíbrio inflacionário, se convertem em agentes ativos, que adotam estratégias maximizadoras durante a transição.
custos de desinflação monetária; teoria dos jogos evolucionários; dinâmica replicadora; inércia inflacionária