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Avaliação do diferencial de salários na agropecuária brasileira: período de 1966 a 2002

Este artigo avalia as tendências, ao longo do tempo, do diferencial de salários entre os trabalhadores da agropecuária brasileira. Para tanto, esses trabalhadores são divididos em permanentes e temporários. Dados semestrais de salários para o período de 1966 a 2002 e procedimentos econométricos de co-integração, mais especificamente a metodologia de Johansen, são utilizados. Os resultados indicam que não há co-integração dos salários dos trabalhadores permanentes entre as regiões do Brasil, mas constata-se alto grau de co-integração dos salários médios dos trabalhadores permanentes entre os estados de cada região. Neste segmento do mercado trabalho agrícola, as diferenças salariais entre as regiões são dispersas ao longo do tempo e somente nos anos 90 esta dispersão e as flutuações são reduzidas sensivelmente. Os resultados da análise sobre o comportamento dos salários dos trabalhadores temporários evidenciam a região Nordeste como a grande arbitradora de salário em relação às demais regiões, o que se explica pela grande mobilidade de mão-de-obra sazonal do Nordeste com destino às demais regiões. Os salários dos trabalhadores temporários das regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste também apresentaram relações de co-integração, provavelmente devido ao efeito de arbitragem proveniente da região Nordeste. Entretanto, as diferenças salariais dos trabalhadores temporários entre as regiões flutuaram bastante até meados da década de 1980, e a maior amplitude de diferença salarial é da região Nordeste em relação às demais, superando em muito as diferenças observadas para os trabalhadores permanentes.

diferença de salários; salários agrícolas; mercado de trabalho; migração; co-integração


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