OBJETIVO: Analisar os motivos do descarte ou não utilização de córneas doadas, cujos tecidos foram captados, preservados e avaliados pelo Banco de Olhos do Hospital São Paulo no período de outubro de 2002 a setembro de 2004. MÉTODOS: Estudo retrospectivo analisando os prontuários com as seguintes informações sobre as doações: história clínica e ocular do doador, idade, causa mortis, resultados de exames sorológicos, avaliação do corpo do doador, avaliação biomicroscópica da morfologia do globo ocular e da córnea e contagem celular endotelial. RESULTADOS: De 1.116 córneas doadas no período, 518 (46,41%) foram descartadas antes de serem preservadas, sendo 288 (25,80%) devido à causa mortis, 56 (5,01%) pelo histórico clínico do doador e 174 (15,59%) pela avaliação do tecido. Das 598 córneas preservadas, 317 (28,40%) foram destinadas ao transplante óptico e 168 (15,05%) indicadas para transplantes tectônicos. CONCLUSÃO: A análise do prontuário hospitalar e história clínica do doador foi um importante fator de descarte de córneas antes da preservação. Já a avaliação biomicroscópica realizada na lâmpada de fenda é uma etapa fundamental para qualificação e classificação do tecido adequando-o para o paciente e garantindo um bom resultado cirúrgico.
Avaliação; Preservação de órgãos; Transplante de córnea