Resumo
Em meio a uma irrupção da cronística franciscana nas primeiras décadas do século XVII, fr. Manuel da Ilha, cronista da província de Santo Antônio de Portugal, produziu uma narrativa sobre a trajetória histórica da custódia de Santo Antônio do Brasil. Este artigo busca localizar este relato em meio a tendências que então orientavam a historiografia franciscana, como a adequação a um crescente afã documentalista, que exigia que relatos dessa natureza fossem afiançados em papéis e arquivos, e a preocupação com rivalidades que grassavam entre as ordens religiosas. No centro da análise, estão as conexões estabelecidas entre a atuação da ordem e os desígnios da Coroa portuguesa, tanto num plano identitário mais abstrato e conceitual quanto na realidade experimentada nas fronteiras do império.
Palavras-chave:
Brasil colonial; Ordem dos Frades Menores; fr. Manuel da Ilha; fr. Vicente do Salvador; Custódia de santo Antônio do Brasil