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A POLÍTICA DO SILÊNCIO: MÁRIO DE ANDRADE, O TEATRO MUSICADO E A PRESENÇA ESTRANGEIRA NA SÃO PAULO DOS ANOS 1920 E 19301 1 O presente artigo é resultado de projeto de pesquisa apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, processo n° 2016/05184-0, não publicado em plataforma de preprint. Todas as fontes utilizadas são referidas.

THE POLITICS OF SILENCE: MÁRIO DE ANDRADE AND THE SÃO PAULO'S MUSICAL THEATER IN THE 1920s AND 1930s

Resumo

O artigo analisa o silêncio de Mário de Andrade em relação ao teatro musicado. Como entender que o mesmo autor que dedicou tanta atenção a outros importantes veículos culturais da época, como o disco, o cinema mudo e a partitura impressa, tenha se calado diante do teatro de operetas, burletas e revistas, um dos principais divertimentos públicos de São Paulo nas décadas de 1920 e 1930? A análise de textos jornalísticos, poéticos e programáticos do autor, um deles um autógrafo inédito, revela que tal silêncio só se configurou a partir do final dos anos 1920, quando a estruturação de um mercado de bens culturais e a forte presença italiana na vida musical e teatral da cidade passaram a ser vistas como uma ameaça ao projeto de construção de uma música a um só tempo artística e nacional.

Palavras-chave:
teatro musicado; Mário de Andrade; São Paulo; profissionalização musical; imigração italiana

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