OBJETIVO
Avaliar a viabilidade de profissional especialista em comissões intra-hospitalares de doação de órgãos e tecidos para transplantes.
MÉTODOS
Estudo epidemiológico, retrospectivo e transversal (2003 a 2011 e 2008 a 2012), realizado com dados de doação de órgãos para transplantes no estado de São Paulo. Foram avaliados nove hospitais (hospitais 1 a 9). Foram avaliadas, por regressão logística, diferenças em número de notificações de morte encefálica e doadores efetivos (variáveis dependentes) após a entrada do profissional especialista (variável independente) na comissão intra-hospitalar de doação de órgãos e tecidos para transplantes. Para avaliação do faturamento hospitalar, foram calculados o salário-hora de médico e enfermeiro, conforme legislação da Consolidação das Leis do Trabalho, o retorno e o prazo do retorno do investimento.
RESULTADOS
Após a entrada de enfermeiro especialista na comissão, as notificações de morte encefálica e o número de doadores efetivos aumentaram no hospital 2 (4,17 e 1,52, respectivamente). No hospital 7, o número de doadores efetivos também aumentou de 0,005 para 1,54. E, após entrada de enfermeiro especialista, o faturamento hospitalar aumentou em 190,0% (variação de 40,0% a 1.955%). O custo mensal para 20 horas semanais do enfermeiro foi R$940,00 e, do médico, R$8.330,00. O retorno do investimento foi de 275%, em curto prazo (0,36 anos).
CONCLUSÕES
A inserção de profissional especialista nas comissões intra-hospitalares para captação de doação de órgãos e tecidos para transplantes mostra-se custo-efetiva. Novos estudos econômicos na área podem contribuir com uma política pública eficiente de implantação desse modelo de captação de órgãos e tecidos para transplantes.
Coleta de Tecidos e Órgãos; Equipe de Assistência ao Paciente; Enfermagem, recursos humanos; Custos e Análise de Custo; Análise Custo-Benefício