RESUMO
OBJETIVO:
Analisar a associação da organização do trabalho e dos aspectos do sono com a capacidade para o trabalho entre pilotos da aviação regular.
MÉTODOS:
Foi realizada uma pesquisa epidemiológica transversal, com 1.234 pilotos da aviação regular, que realizavam voos de rotas nacionais e internacionais, afiliados à Associação Brasileira de Pilotos da Aviação Civil. A coleta de dados foi feita através de questionário on-line. Para comparação entre as proporções foram realizados os testes de hipóteses qui-quadrado de Pearson ou Exato de Fisher. Posteriormente, foi efetuada a análise de Poisson, com variância robusta, para testar os fatores associados à capacidade moderada ou baixa para o trabalho.
RESULTADOS:
A prevalência de capacidade para o trabalho moderada ou baixa foi de 43,3%. Verificou-se que autopercepção de sono insuficiente (RP = 1,29; IC95% 1,06–1,57), maior percepção para fadiga (RP = 1,51; IC95% 1,24–1,84), jornada de voo maior que 65 horas por mês (RP = 1,22; IC95% 1,01–1,46), menos de 10 dias de folga por mês (RP = 1,27; IC95% 1,04–1,55) e atrasos operacionais frequentes (RP = 1,23; IC95% 1,02–1,48) foram fatores associados à capacidade moderada ou baixa para o trabalho.
CONCLUSÕES:
A organização do trabalho foi um fator determinante para a diminuição da capacidade para o trabalho, em especial quanto aos aspectos relacionados ao descanso e suas repercussões no sono de pilotos.
DESCRITORES:
Pilotos; Avaliação da Capacidade de Trabalho; Sono; Condições de Trabalho; Saúde do Trabalhador