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Práticas agrícolas de conseqüências genéticas que possibilitaram aos índios da Amazônia uma melhor adaptação às condições ecológicas da região

Resumo

Os cultivares de plantas, de valor alimentício, encontrados na Amazônia, diferentes da população selvagem encontrada nas matas, foram selecionados pelos índios nos últimos 10.000 anos, para a América do Sul inteira e, possivelmente, nos últimos 4000 a 1000 anos para as plantas domesticadas na Amazônia. Este trabalho analisa 40 cultivares de mandiocas e macaxeiras dos Desâna e 13 dos Tikúna. Contagens em 7 tribos revelaram uma média de 22 cultivares por tribo. Indica-se para as fruteiras: abiu, sapota, sapoti, pupunha, abacaxi, o tamanho e características das plantas selvagens e das selecionadas pelos índios. Mencionam-se, também, algumas tuberosas (cará, batata-doce, taioba, ariá, caroço-de-umari) domesticadas e o cupá (Cissus gongilodes); este último talvez seja uma das domesticações mais recentes. Sugere-se que o pato (Cairina moschata) se tenha autodomesticado, por meio de poucas mutações, com o que ocuparia um nicho ecológico vazio.

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