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Metabolismo do plâncton e ciclo do carbono no rio Amazonas, seus tributários e águas de várzea, Peru-Brasil, maio-junho.

Resumo

Estudos planctônicos e químicos efetuados durante um cruzeiro sinótico do Amazonas, em maio-junho de 1977, indicam que substâncias inorgânicas e orgânicas de origem terrestre podem influenciar a atividade microbiana no canal principal, tributários e lagos de várzea. Os principais fatores limitantes da produção primária planctoniana (PPR) foram a diluição da luz por altos níveis de matéria particulada em suspensão (SPM) no canal principal e tributários (média 69mg SPM litro-1), e baixos níveis de nutrientes nas desembocaduras de rios nos lagos de várzea (média 0,12 μmole PO4-P litro-1 e 1,6 μmole NO3-N litro-1). Em sistemas fluviais PPR tem em média 4,04mg C m-3 hr-1, e as medidas de respiração (Re) por sistema de transporte de eléctron têm em média 0,67 mg C m-3 hr-1; e nas desembocaduras e lagos de várzea mais produtivos, PPR teve em média 26,37 mg C m-3 hr-1, e a Re teve em média 2,30 mg C m-3 hr-1. As proporções PPR:Re de 8 para os sistemas fluviais e 17 para as desembocaduras e lagos de várzea indicaram que a Re não era tão limitante quanto o PPR nos rios. Densidades bacterianas, taxas constantes de 14C-acetado para assimilação, e partículas orgânicas C:N de 20, implicam que a microflora era influenciada pelo carbono terrestre. Trocas de componentes ΣCO2 devidas a mais CO2 livre e H2CO3 nas águas superficiais de alguns ambientes lacustres e de tributários foram sugeridos por altas pressões parciais de dióxido de carbono (~5.000 a ~15.000 x 10-6 atm). É sugerido que a supersaturação de dióxido de carbono de algumas das águas com relação à atmosfera era parcialmente devida à matéria alóctone em decomposição. Os cálculos concluem que a respiração equilibrada pela evasão é suficiente para explicar as altas pressões do vapor de dióxido de carbono.

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