RESUMO
Este estudo trata dos padrões alimentares de uma amostra da população de um bairro pobre da periferia de Manaus, Amazonas, constituído principalmente de migrantes rurais, e procura estabelecer o efeito da renda e tempo de permanência na capital sobre a dieta e sua adequação, A dieta básica constava de mandioca, pão. arroz, pescado, carnes, açúcar e café, sendo baixo o consumo de verduras, legumes e frutos. A alimentação, em geral, mostrou-se deficiente em vitamina A, tiamina e riboflavina, um pouco insatisfatória para energia e boa para proteína e ferro. O tempo de permanência teve efeito significativo sobre a renda familiar, e afetou significativamente apenas a freqüência de consumo de carne, peixe e leite, não mostrando efeito significativo sobre a suficiência dos diversos nutrientes. Na faixa da população estudada, a renda provou ser o principal determinante da sua suficiência alimentar, dado, provavelmente, um efeito quantitativo, já que ela melhorou a qualidade da dieta apenas no caso da vitamina A. Fontes baratas desta vitamina são disponíveis na região e seu melhor aproveitamento talvez requeira uma educação nutricional neste sentido, além do incentivo à produção destes alimentos. O gasto com alimentação correlacionou positivamente com a renda per-capita. Estima-se que a renda é o principal fator limitante da adequação da dieta para 30 a 60% da população de Manaus.