Richter et al., 199532
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23 cuidadores familiares de pessoas com DA; 22 auxiliares de enfermagem (AE) |
Trata-se de um estudo qualitativo. Seis questões abertas sobre comunicação foram feitas em ambos os grupos de cuidadores. |
As estratégias comuns utilizadas pelos cuidadores familiares e formais foram: (a) reduzir ou ajustar a estimulação ambiental para eliminar agitação; (b) evitar técnicas de orientação à realidade; e (c) proporcionar apoio verbal e não verbal. |
Hart e Wells, 199728
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15 idosos |
Uma câmera de vídeo foi usada para registrar as respostas dos sujeitos aos comandos verbais do investigador. Além disso, o pesquisador registrou as respostas dos sujeitos aos comandos verbais. |
Os resultados mostraram que a exposição de idosos com demência a uma linguagem além da sua capacidade de compreensão pode resultar em comportamento agitado. As manifestações predominantes de agitação foram inquietação geral, barulhos estranhos e negativismo. |
Tappen et al., 199729
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23 idosos em estágios intermediários e avançados de DA |
Entrevistas foram realizadas por enfermeiras. Os idosos reuniram-se com os entrevistadores três vezes por semana por 30 minutos, durante 16 semanas. |
Não houve diferenças significativas na duração ou na relevância das respostas por tipo de pergunta, indicando que os sujeitos eram capazes de responder às perguntas em aberto. |
Roberto et al., 199824
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14 cuidadores e seus cônjuges |
Os cuidadores foram instruídos a usar um gravador pequeno com um microfone de alta qualidade por aproximadamente 1 hora enquanto se envolviam em suas rotinas diárias normais e conversavam com seu cônjuge como de costume. |
Todas as declarações das pessoas com DA eram mais curtas do que as declarações de seus cônjuges. A capacidade de processar informações pode influenciar as estratégias de comunicação utilizadas por pessoas com DA leve a moderada. Os cuidadores não davam tempo suficiente para o idoso com DA responder, e frequentemente eles não pediam esclarecimentos aos idosos com DA. Em vez disso, os cuidadores mudavam para a próxima questão ou assunto. |
Small e Gutman, 200220
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20 cônjuges cuidadores de pessoas com DA |
Questionário construído a partir de 10 estratégias comunicativas, em que os cuidadores tinham que informar sobre o uso e a eficácia dessas estratégias. |
Os resultados mostraram que os cuidadores utilizaram as 10 estratégias, embora as estratégias que apareceram mais frequentemente na literatura não fossem necessariamente as mais frequentemente utilizadas pelos cuidadores. Observou-se correlação positiva entre a percepção dos cuidadores sobre o uso de estratégias e sua eficácia. |
Small et al., 200321
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18 cônjuges cuidadores de pessoas com DA |
Foi utilizado um questionário construído com base em 10 estratégias comunicativas em que os cuidadores tinham que informar sobre o uso e a eficácia dessas estratégias. Para verificar a utilização efetiva das estratégias de comunicação dos cuidadores com seus cônjuges, foi gravado o áudio das interações entre cuidador e cônjuge em sua casa. |
Estratégias como falar devagar e repetir o que foi dito raramente foram utilizadas pelos cuidadores. Entre as estratégias que os cuidadores percebiam que usavam e aquelas efetivamente utilizadas, somente o uso de frases simples foi encontrado como sendo consistentemente eficaz. Cuidadores que usaram perguntas fechadas por cerca de 70% do tempo foram muito eficazes na redução de desentendimentos. |
Small e Perry, 200525
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18 cuidadores e seus cônjuges diagnosticados com DA |
A conversa da dupla cuidador-cônjuge era gravada em suas casas. Eles eram convidados a falar por cerca de 10 min sobre tópicos de sua escolha (por exemplo, planos para o dia ou família). As conversas eram transcritas e codificadas de acordo com a ocorrência de perguntas, tipo de pergunta (sim, não, escolha, ou em aberto) e tipo de memória necessária para responder a uma pergunta (semântica ou episódica). |
A comunicação foi mais bem-sucedida quando os cuidadores usaram sim-não em comparação com perguntas abertas e quando era usada a memória semântica em vez da episódica para responder às perguntas. Os resultados deste essudo sugerem que os cuidadores podem reduzir problemas de comunicação, evitando o uso de questões que dependem da memória episódica. |
Small e Montoro-Rodriguez, 200612
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12 funcionários e 13 residentes das instituições |
Foram realizados quatro grupos focais. Os participantes foram convidados a refletirem sobre a qualidade das interações entre o funcionário e os residentes em suas instalações. O áudio das sessões foi gravado, transcrito, codificado e analisado. |
Os resultados indicaram que os funcionários de cada contexto assistencial tiveram preferência para a abordagem orientada à solução. Os residentes relataram uso igual dos estilos de não confrontar e da abordagem orientada para a solução. |
Cunningham e Williams, 200730
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1 homem (estudo de caso) |
Quatro filmagens que caracterizam esse residente foram feitas por 25 minutos. Foram identificadas falas de infantilização e codificadas por intensidade e duração. A Escala de Avaliação Emocional do Tom foi usada para comparar as mensagens subjacentes na comunicação afetiva usada pelos enfermeiros em cada vídeo. |
Quando a equipe de enfermagem utilizou comunicação infantilizada, o residente tornou-se mais resistente aos cuidados. Quando a equipe usou a comunicação altamente controladora, comportamentos de resistência também aumentaram nesse residente. |
Savundranayagam et al., 200731
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71 cuidadores formais |
Os participantes receberam um livreto contendo um par de conversas do residente e do funcionário em duas situações diferentes na área de jantar. Para cada uma das duas situações durante o jantar, os participantes compararam um par de conversas (pessoalidade contra diretiva) compartilhando o mesmo nível de complexidade (complexo ou simplificado). |
Os resultados mostraram que o uso de linguagem baseada na pessoalidade tem efeitos positivos sobre a percepção de funcionários e residentes. Além disso, a simplificação de forma não automática e não arbitrária pode ser útil. |
Herman e Williams, 200913
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52 enfermeiros e 20 idosos com demência |
As interações entre profissional e idoso foram filmadas, depois foram transcritas e codificadas por marcadores psicolinguísticos de comunicação infantilizada. |
Idosos com demência reagiram à comunicação infantilizada mais frequentemente com vocalizações negativas (com gritos, verbalizações negativas, choro). |
Small et al., 201022
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12 cuidadores cônjuges |
Segmentos de áudio dos discursos dos cuidadores familiares foram analisados por meio de um software de edição acústica que calculava as médias e as variações na frequência fundamental (Fo)/altura vocal (de 75 a 500 Hz) e intensidade vocal (em decibéis) de cada segmento da voz. |
Os resultados não mostraram diferenças globais significativas entre arremesso ou o volume dos cuidadores em conversas bem- -sucedidas ou não. |
Williams et al., 200916
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52 enfermeiros e 20 idosos com demência |
Foi filmada cada interação; depois foram transcritas e codificadas por marcadores psicolinguísticos de comunicação infantilizada (elderspeak, termo usado em inglês). Cada interação infantilizada foi analisada em relação aos escores da escala RTC (uma medida de quantidade e intensidade de comportamento de resistência do residente). |
A probabilidade de resistência aos cuidados variou significativamente com a comunicação (p = 0,0082). Maior probabilidade de resistência aos cuidados ocorreu com a comunicação infantilizada, em comparação à comunicação normal. |
Braun et al., 201026
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37 casais cujas esposas cuidam de seus parceiros com demência |
Rapid Marital Interaction Coding System (RMICS) é um sistema de codificação observacional. A unidade de codificação básica do RMICS é a do locutor. A fim de lidar com longos monólogos, uma nova unidade começa a cada 30 segundos em que uma pessoa continua a falar. O RMICS é composto por 11 códigos hierarquicamente ordenados de comunicação, que vão desde o código negativo (por exemplo, hostilidade), positivo (por exemplo, humor), a categorias de comunicação neutras (por exemplo, problemas de discussão). |
Alta frequência de comunicação neutra, bem como baixas frequências de comunicação positiva e negativa. Sintomas de depressão e angústia do cuidador foram significativa e negativamente associados com comunicação positiva do cuidador (por exemplo, comunicação com humor). Houve correlação negativa entre comunicação positiva do cuidador e depressão do cuidador, indicando que as esposas que sofrem de sintomas depressivos utilizam menos a comunicação positiva. |
Christenson et al., 20119
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27 pares (indivíduos com demência e enfermeiras assistentes) |
Foram filmadas as interações entre paciente e auxiliar de enfermagem em atividades básicas de vida diária. Fitas foram codificadas, incluindo: (a) gravação do tipo e subtipo (alfa ou beta, ver estudo) de comando usado pelos auxiliares de enfermagem; (b) a resposta do paciente a um comando (ou seja, o cumprimento ou descumprimento); e (c) a latência entre a conclusão do comando dado pelos auxiliares de enfermagem ao início de uma resposta por parte do paciente. |
Os resultados indicam que, aos comandos alfa (claro, conciso e viável), há maior adesão e menos descumprimento em comparação aos comandos beta (ambíguo, de interrupção e não factível). Além disso, comandos que são dados diretamente, que esclarecem um comando anterior e que são repetidos exatamente da mesma maneira produzem melhor adesão. |
Savundranayagam e Orange, 201119
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84 cuidadores familiares |
Escala de Percepção de Conversação – Demência do Tipo Alzheimer (PCI-DAT) foi utilizada para avaliar as estratégias de comunicação do cuidador. |
Cuidadores que classificaram estratégias eficazes como úteis foram mais propensos a experimentar níveis mais baixos de estresse e sobrecarga. As avaliações de falar lentamente foram significativamente correlacionadas com o grau de parentesco; os filhos adultos foram mais propensos a perceber que falar devagar era útil, em comparação com os cônjuges. Além disso, as avaliações de falar devagar também foram correlacionadas com as avaliações de estratégias eficazes, sugerindo que os participantes que avaliaram estratégias eficazes corretamente como úteis também eram suscetíveis a avaliar que falar devagar também era útil. |
Williams e Herman, 201117
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52 enfermeiros e 20 idosos com demência |
A Escala de Avaliação Emocional do Tom foi utilizada para avaliar a comunicação pessoal implícita durante as gravações de vídeo entre idosos e equipe. Vinte avaliadores preencheram uma escala tipo Likert de cinco pontos para 12 itens que representavam três dimensões teóricas do tom emocional: cuidado (apoio emocional), respeito e controle (dominar, controlar, mandar). |
A comunicação “controle” foi significativamente correlacionada com o aumento da resistência ao cuidado do residente (r = 0,49). Associação entre as dimensões da comunicação, cuidado e respeito não foi significativamente correlacionada com resistência ao cuidado; no entanto, foram identificadas tendências em direções previstas. |
Wilson et al., 201214
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12 duplas: cuidadores e idosos com DA |
Foi feita uma gravação de vídeo em tempo real da interação entre residente e cuidador formal, enquanto os participantes estavam completando a lavagem das mãos; depois a interação foi transcrita e codificada. |
As sessões de lavagem das mãos foram completadas com 90% de êxito, e os cuidadores empregaram uma variedade de estratégias de comunicação. Durante a conclusão da tarefa bem-sucedida, os cuidadores frequentemente forneceram aos indivíduos com DA uma direção ou ideia (ou seja, um comando), terminaram com perguntas fechadas e parafrasearam a repetição. Os cuidadores também frequentemente usaram comentários encorajadores e chamaram o residente pelo nome durante a tarefa. |
Wilson et al., 201315
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13 duplas: cuidadores e idosos com DA |
Em cada sessão de escovação dentária, as expressões dos cuidadores dirigidas ao residente durante a conclusão da tarefa foram sistematicamente quantificadas utilizando o esquema de observação de codificação multidimensional (MOCS). Os códigos MOCS consistiam em três dimensões: (1) estratégias de comunicação com foco nas tarefas; (2) estratégias de comunicação social; e (3) diversos. As estratégias de comunicação foram codificadas como verbal ou não verbal. |
A maioria dos residentes, independentemente da gravidade da doença, completou com sucesso a escovação com a assistência do cuidador. Cuidadores usaram uma variedade de estratégias de comunicação, e essas não diferem com a gravidade da doença. O uso de um comando, parafrasear a repetição, usar o nome do residente e prestar assistência completa foram as estratégias utilizadas com mais frequência com os indivíduos com DA grave. |
Savundranayagam, 201418
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13 duplas: idosos e funcionários |
46 diálogos foram gravados em áudio. As gravações foram coletadas durante as tarefas de cuidados de vida diária (por exemplo, ajudando os residentes a ficarem prontos para o café da manhã) em quatro ocasiões ao longo de um período de 12 semanas. |
Os resultados revelaram uma sequência de comunicação em que enunciados codificados como centrados na pessoa foram seguidos por expressões codificadas como oportunidades perdidas. Essa sequência sugere que o impacto positivo da comunicação centrada na pessoa pode ser prejudicado quando essa comunicação é seguida por oportunidades perdidas. |
Savundranayagam e Orange, 201427
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15 duplas: cuidadores familiares e idosos com DA |
Foram coletados dados de pesquisa e gravados os diálogos em vídeo. Foi utilizada a escala de Percepção de Conversação da Demência do Tipo Alzheimer (PCI-DAT), que é uma ferramenta que mede a percepção do cuidador sobre a conversa com a pessoa com doença de Alzheimer. |
Foram observadas 68% de avaliações pareadas das 22 estratégias de comunicação avaliadas em cuidadores de pessoas com início da doença, ao passo que os cuidadores de pessoas em fase intermediária e final tinham correspondido a avaliações de 45% e 55% das estratégias, respectivamente. Na fase inicial da DA, as estratégias de comunicação mais úteis foram: deixar o idoso fazer sozinho as atividades, repetir, tentar descobrir o significado, redirecionar ou alterar a atividade. No estágio intermediário, “deixar o idoso fazer sozinho as atividades” foi considerada a estratégia mais útil, ao passo que, para os cuidadores de idosos em estágio final de DA, “falar mais devagar”, “clarificar o que ele/ela está dizendo” e “mostrar o que você quer dizer” foram as estratégias mais úteis. |
Walmsley e McCormack, 201423
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16 participantes: quatro grupos familiares, cada um com um membro da família com demência grave |
Métodos de observação por meio de filmagem foram usados para capturar quatro interações de grupo familiar, em três ocasiões separadas durante um mês. |
Padrões interativos que foram observados durante a comunicação: (a) comunicação que indicava harmonia, espontaneidade e reciprocidade; e (b) comunicação que indicava desarmonia, síncope e vulnerabilidade. |