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Equação de Predição do Consumo de Oxigênio em uma População Brasileira

Fundamento:

As equações que predizem o consumo máximo de oxigênio (leia-se VO2máx ou pico) utilizadas em softwares de teste cardiopulmonar de exercício (TCPE) no Brasil não foram validadas e têm importância fundamental no algoritmo diagnóstico desse exame.

Objetivo:

Construir e validar uma equação derivada de população brasileira (EB) para predição do VO2, comparando-a com a equação citada por Jones (EJ) e com o algoritmo de Wasserman (AW).

Métodos:

Foram avaliados, pelo TCPE, 3.119 indivíduos aparentemente saudáveis. Destes, 2.495 pertenceram ao grupo de construção (GC) e 624 foram alocados de forma aleatória no grupo de validação (GV). Na EB consideraram-se idade, gênero, índice de massa corporal (IMC) e nível de atividade física, sendo a mesma posteriormente testada no GV.

Resultados:

No GC, a idade média foi de 42,6 anos, 51,5% eram homens, o IMC médio foi de 27,2, sendo 51,3% sedentários, 44,4% ativos e 4,3% atletas. No GV não houve diferença entre o VO2pico médio medido pelo TCPE (29,92 mL.kg−1.min−1) e pela EB (29,80 mL.kg1.min−1/p = 0,571), sendo observada ótima correlação (0,898). O AW e a EJ tiveram valores médios diferentes do VO2pico medido (p <0,001). O percentual do erro total foi de 18%, 26% e 41% para EB, AW e EJ, respectivamente. A distribuição dos resíduos foi predominantemente negativa no AW (70,67%) e na EJ (87,66%), evidenciando que ambas superestimam os valores médios do VO2pico.

Conclusão:

A EB apresenta valores de VO2pico muito próximos do valor medido através do TCPE, enquanto o AW e a EJ diferem significativamente do VO2pico real.

Consumo de Oxigênio; Previsões; Testes de Função Respiratória; População; Brasil


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