Fundamento:
Embora o treinamento físico resistido esteja inserido nos programas de reabilitação cardiovascular, pouco se sabe sobre seu papel isolado na função cardíaca e autonômica após o infarto do miocárdio.
Objetivo:
Avaliar os efeitos do treinamento físico resistido iniciado precocemente após o infarto do miocárdio na função cardíaca, no perfil hemodinâmico e na modulação autonômica de ratos.
Métodos:
Ratos Wistar machos foram divididos em Grupos Controle Sedentário, Controle Treinado, Infartado Sedentário e Infartado Treinado. Cada grupo foi composto por 9 ratos. Os animais realizaram o teste de carga máxima e a ecocardiografia ao início e ao final do treinamento físico resistido (em escada adaptada, 40 a 60% do teste de carga máxima, 3 meses, 5 dias/semana). Ao final, foram realizadas avaliações hemodinâmicas, de sensibilidade barorreflexa e da modulação autonômica.
Resultados:
O teste de carga máxima aumentou nos Grupos Controle Treinado (+32%) e Infartado Treinado (+46%) em relação aos Grupos Controle Sedentário e Infartado Sedentário. Embora a área de infarto do miocárdio e a função sistólica não tenham sido alteradas, a relação E/A (-23%), o índice de desempenho miocárdico (-39%) e a pressão arterial sistólica (+6%) foram melhorados pelo treinamento físico resistido no Grupo Infartado Treinado. Paralelamente, o treinamento induziu os grupos a benefícios adicionais nas bandas de alta frequência do intervalo de pulso (+45%), bem como a banda de baixa frequência da pressão arterial sistólica (-46%) nos ratos do Grupo Infartado Treinado em relação aos do Infartado Sedentário.
Conclusão:
O treinamento físico resistido dinâmico de intensidade baixa/moderada pode ser uma importante e segura ferramenta no manejo de pacientes após infarto do miocárdio, tendo em vista que não promove mudanças expressivas da função ventricular, reduz o estresse cardíaco global e melhora significativamente a modulação autonômica cardíaca e vascular em ratos infartados.
Infarto do Miocárdio; Reabilitação; Treinamento Resistido; Exercício; Função Ventricular; Sistema Nervoso Autônomo; Ratos