Fundamento:
Os pacientes em hemodiálise continuam tendo um significativo aumento na morbiletalidade, especialmente a causada por doenças cardiovasculares. A análise dos fatores genéticos ligados ao sistema renina-angiotensina que influenciam na sobrevivência destes pacientes poderá ajudar na busca por melhores resultados.
Objetivo:
Avaliar a sobrevida em hemodialisados e sua associação com polimorfismo dos genes do sistema reninaangiotensina: deleção/inserção do gene que codifica a enzima conversora da angiotensina I e o M235T do angiotensinogênio.
Métodos:
Estudo observacional desenhado para ver o papel dos genes do sistema renina-angiotensina. Foram analisados 473 pacientes tratados com hemodiálise crônica em quatro unidades de diálise do Estado do Rio de Janeiro. As taxas de sobrevida foram calculadas pelo método de Kaplan-Meier e as diferenças entre as curvas avaliadas pelos testes de: Tarone-Ware, Peto-Prentice e Log-rank. Foram utilizados também modelos de regressão logística e multinomial. Um valor de p ≤ 0,05 foi considerado estatisticamente significativo. O comitê de ética aprovou este estudo.
Resultados:
A idade média dos pacientes foi de 45,8%. A taxa de sobrevida global foi de 48% em 11 anos. As principais causas de óbito foram: doenças do aparelho circulatório (34 %) e infecções (15%). A análise de regressão logística encontrou significância estatística para as seguintes variáveis: idade, o TT do angiotensinogênio e a renda familiar acima de cinco salários mínimos, esta última como fator de proteção (p valor: 0,000038, 0,08261 e 0,03089, respectivamente).
Conclusões:
Nossos dados sugerem que o risco de letalidade em pacientes em hemodiálise pode ser influenciado também pelo polimorfismo TT do angiotensinogênio.
Análise de Sobrevida; Letalidade; Diálise Renal; Polimorfismo Genético; Peptidil Dipeptidase A; Falência Renal Crônica