Fundamento:
O gênero pode ser decisivo no remodelamento cardíaco após infarto do miocárdio.
Objetivo:
Avaliar diferenças de gênero associadas ao remodelamento do ventrículo esquerdo (VE) após infarto do miocárdio (IM) e associadas à modulação de quinases acopladas à integrina (integrin-linked kinases-ILK).
Métodos:
Ratos Wistar machos e fêmeas foram divididos em 3 grupos: grupo sham, grupo com IM de extensão moderada (tamanho: 20-39% da área do VE); grupo com IM de grande extensão (tamanho: ≥ 40% da área do VE). O IM foi produzido por oclusão coronária e as análises ecocardiográficas foram obtidas após 6 semanas para avaliar a extensão do IM, bem como a morfologia e função do VE. RT-PCR em tempo real e Western blott foram realizados para quantificar a ILK no miocárdio.
Resultados:
A extensão do IM foi semelhante entre os gêneros. O IM resultou em disfunção sistólica e aumento do tamanho do VE no final da diástole e da sístole em função do tamanho da área necrótica para ambos os sexos. Ratos fêmeas com IM de grande extensão apresentaram dilatação diastólica e sistólica inferior a de ratos machos, mas a disfunção do VE foi semelhante em ambos os sexos. Os níveis gênicos e proteicos de ILK aumentaram em ratos fêmeas com infartos de extensão moderada e grande, mas apenas ratos machos com infartos de grande extensão apresentaram níveis alterados de mRNA do ILK. Uma correlação linear negativa foi observada entre as dimensões do VE e a expressão de ILK em ratos fêmeas com IM de grande extensão.
Conclusões:
A expressão de ILK pós-IM variou de maneira gênero-especifica, e os níveis mais elevados de ILK observados em fêmeas podem ser suficientes para melhorar a geometria do VE, mas não suficientes para melhorar a função do VE.
Remodelamento Atrial; Infarto do Miocárdio; Identidade de Gênero; Proteínas Serina-Treonina Quinases/metabolismo; Ratos