Fundamento:
Pacientes com forma indeterminada da doença de Chagas/normalidade cardíaca (FIDC/NC) apresentam eletrocardiograma e raios X de tórax normais, porém, quando submetidos a exames mais sofisticados, são detectados alguns graus de alterações morfofuncionais do coração.
Objetivo:
Avaliar a prevalência de disfunção sistólica e diastólica do ventrículo direito (VD) em pacientes com FIDC/NC.
Métodos:
Estudo de caso-controle e prevalência. Foram avaliados 92 pacientes com Doppler ecocardiograma bidimensional (2D), divididos em dois grupos: grupo I (normal, n = 31) e grupo II (FIDC/NC, n = 61).
Resultados:
A prevalência da disfunção sistólica do VD em pacientes dos grupos I e II foi: mudança de área fracional (0,0% versus 0,6%), mobilidade do anel tricuspídeo (0,0% versus 0,0%) e onda S ao Doppler tecidual (6,4% versus 26,0%, com p = 0,016). As prevalências das disfunções globais – como índice de performance miocárdica direita ao Doppler tecidual (16,1% versus 27,8% com p = 0,099) e ao Doppler pulsado (61,3% versus 68% com p = 0,141) e diastólico, como alteração do relaxamento (0,0% versus 6,0%), padrão pseudonormal (0,0% versus 0,0%) e padrão restritivo (0,0% versus 0,0%) – não apresentaram significância estatística entre os grupos.
Conclusão:
A prevalência de disfunção sistólica do VD foi estimada em 26% (velocidade da onda S em comparação a outras variáveis), sugerindo alterações incipientes da função sistólica do VD no grupo FIDC/NC.
Doença de Chagas; Disfunção Ventricular Direita; Ecocardiografia Doppler