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Diferenças Clínicas entre Subtipos de Fibrilação Atrial e Flutter: Registro Transversal de 407 Pacientes

Fundamento:

A fibrilação atrial e o flutter atrial são responsáveis por um terço das hospitalizações por arritmias, com impacto socioeconômico significativo. Os dados brasileiros a respeito desses atendimentos são escassos.

Objetivo:

Investigar o subtipo fibrilação atrial ou flutter em pacientes atendidos em emergência em virtude dessas arritmias e comparar os perfis de comorbidades, risco de eventos tromboembólicos e uso de anticoagulantes.

Métodos:

Estudo transversal retrospectivo, com coleta de dados de prontuário de todos os pacientes atendidos por flutter e fibrilação atrial na emergência do Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul no primeiro trimestre de 2012.

Resultados:

Foram incluídos 407 pacientes (356 com fibrilação atrial e 51 com flutter). Os pacientes com fibrilação atrial paroxística eram, em média, 5 anos mais jovens do que aqueles com fibrilação atrial persistente. Comparados àqueles com fibrilação atrial paroxística, os pacientes com fibrilação atrial persistente e flutter tinham maior diâmetro atrial (48,6 ± 7,2 vs. 47,2 ± 6,2 vs. 42,3 ± 6,4; p < 0,01) e menor fração de ejeção (66,8 ± 11 vs. 53,9 ± 17 vs. 57,4 ± 16; p < 0,01). A prevalência de acidente vascular cerebral e insuficiência cardíaca foi maior naqueles com fibrilação atrial persistente e flutter. Os pacientes com fibrilação atrial paroxística e flutter apresentavam mais frequentemente escore CHADS2 de zero em relação àqueles com fibrilação atrial persistente (27,8% vs. 18% vs. 4,9%; p < 0,01). A prevalência de anticoagulação nos pacientes com escore CHA2DS2-Vasc ≥ 2 foi de 40%.

Conclusão:

A população de nossa amostra teve características demográficas e perfil de comorbidades semelhantes aos de registros ambulatoriais europeus e norte-americanos. Apesar do risco elevado de eventos tromboembólicos, a prevalência de anticoagulação foi baixa, revelando dificuldades na implementação das diretrizes. Estratégias devem ser adotadas para melhorar esses índices.

Arritmias Cardíacas; Fibrilação Atrial; Flutter Atrial; Anticoagulantes/efeitos adversos; Acidente Vascular Cerebral


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