Analisam-se as representações sociais da violência contra as mulheres na perspectiva de gestores municipais, profissionais e trabalhadores da saúde em cenários rurais da metade sul do Rio Grande do Sul. O estudo tem abordagem qualitativa e agrega a perspectiva teórico-metodológica das Representações Sociais. Os dados foram gerados por meio do método associativo, com questão-estímulo de evocações de palavras e expressões. A análise da associação de palavras foi realizada com o auxílio do software EVOC, considerando a frequência e a ordem da associação aos termos indutores. Os participantes reconhecem a violência contra as mulheres como destino de gênero que induz a consentimento, resignação, culpa e medo, e resulta em naturalização e banalização do fenômeno social. Ressalta-se a necessidade de produzir rupturas nas formas instituídas e tradicionais de cuidado em saúde, nas visões conservadoras e estereotipadas da violência, favorecendo o acesso a serviços acolhedores e evitando a reprodução de iniquidades de gênero.
Atenção Primária à Saúde ; Violência contra a mulher ; População rural ; Pessoal de saúde ; Gestor de saúde ; Relações profissional-paciente