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O CONCEITO DE GÉNIO NAS LIÇÕES DE ANTROPOLOGIA DE KANT

RESUMO

Seguindo a elevação de outros dons naturais do espírito humano a categorias ou princípios estéticos, o que ocorreria gradualmente durante o século XVIII, o génio e as suas várias problemáticas tornam-se uma das mais prementes questões na agenda filosófica da época. Entre outros, a questão assume particular relevância na filosofia de Immanuel Kant, e isso não apenas na sua obra publicada, mas também na sua actividade como Professor. O presente texto propõe-se abordar a questão do génio nas lições de antropologia do filósofo (1772-1796), e, tomando isto como ensejo, cumprir dois objectivos centrais: em primeiro lugar, traçar uma brevíssima história do conceito desde o século XVII até Kant, a fim de perceber que emprego desta faria o filósofo, e como ele próprio se associa ou dissocia desta. Segundo, compreender o modo como, dada a sua percepção histórica do termo, a teoria do génio em Kant trilha um curso singular, distinto em relação ao dos seus contemporâneos, e que faz com que o génio ostente uma posição central no seio da sua própria teoria; pois, na visão de Kant, o génio não só desempenha um importante papel como mediador das faculdades do ânimo humano, como é ainda peça indispensável na boa proporção entre estes e na insuspeitada produção de conhecimento por isto gerada.

Palavras-chave:
Kant; génio; ingenium; proporção; poesia

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