RESUMO
O presente artigo reconstrói e desenvolve os elementos fundamentais da teoria da dissonância elaborada por Theodor W. Adorno em sua filosofia da música. Parte-se de uma breve exposição do tratamento conferido pela musicologia histórica - com toda sua equivocidade autoconsciente e constitutiva - aos conceitos de dissonância e consonância para dele se depreender as linhas fundamentais de um tratamento filosófico da dissonância. Lançando mão dos recursos mobilizados por alguns teóricos da nova música, são reconstruídas, assim, as estações da teoria crítica da dissonância entre desnaturalização, emancipação e liquidação da dissonância. Por fim, defende-se a tese de uma interpretação dinâmica do uso e da percepção da dissonância segundo contextos socioestéticos determinados.
Palavras-chave:
Dissonância; Consonância; Nova música; Música moderna; Filosofia da música