RESUMO
Este artigo constrói uma afinidade entre a noção benjaminiana de “semelhança não sensível” e o “trabalho da semelhança” do qual fala Ricœur a propósito da metáfora. Para isso pressupõe uma referência comum: o princípio kantiano das afinidades, que corresponde ao poder de produzir e de perceber ao mesmo tempo a diferença na identidade e a identidade na diferença, constituindo o modo de funcionamento do esquematismo em geral. Seguindo caminhos diferentes, Benjamin e Ricœur tematizam essa tensão comparativa que caracteriza a imaginação, examinando sua ação na construção poética e na reflexividade que lhe é inerente.
Palavras-chave:
Benjamin; Ricœur; literatura; reflexão