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O CONCEITO DE MEMÓRIA NA REFLEXÃO ANTROPOLÓGICA DE KANT*

RESUMO

A história do estatuto, bem como da posição da memória entre semelhantes forças, desde a formação do conceito moderno da antropologia (século XVI), durante toda a tradição leibniz-wolffinana, e até Kant, é uma história de mudança ascendente, de cristalização de ambos os predicados desta faculdade, e também uma de grande influência sobre a história do próprio pensamento antropológico. O presente ensaio propõe-se analisar como Kant receberia essa evolução, e como ele sobre ela actuaria. Isto é, centrando-nos nas “Lições de Antropologia”, e sobre a “Antropologia num Enfoque Pragmático”, queremos indagar até que ponto Kant daria continuidade à referida tradição, mas, sobretudo, a partir de onde este com ela rompe, talhando ele próprio um novo capítulo nessa história, e também na história da antropologia; mais concretamente, importa conhecer a posição de Kant em relação a Platner ou Hume e suas concepções de memória, sua cisão em relação a estes, e sua proposta de todo um reposicionamento, e também revalorização do estatuto da memória entre faculdades da alma; e, por fim, perceber como Kant traz estes propósitos a bom porto, a saber, por meio da memória judiciosa, a única que abre não só para as ciências, mas também para a faculdade de imaginação produtiva, e para a poesia, e portanto também a única capaz de unir inferiores e superiores faculdades da alma, e instaurar harmonia entre estas.

Palavras-chave:
Kant; antropologia; memória; imaginação; representação

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