OBJETIVO:
apresentar as etapas da implantação de um Registro de Trauma (RT) em hospital público brasileiro e avaliar os dados iniciais deste banco de dados.
MÉTODOS:
estudo descritivo da implantação de um RT no Hospital João XXIII - FHEMIG (Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais) e análise dos resultados iniciais dos primeiros 1000 pacientes.
RESULTADOS:
o projeto foi iniciado em 2011 e, a partir de janeiro de 2013, iniciamos a coleta de dados para o RT e em janeiro de 2014 completamos o registro dos primeiros 1000 pacientes. As maiores dificuldades na implantação do RT foram obter recursos para o financiamento do projeto e a falta de informações nos prontuários médicos. As variáveis com os menores percentuais de preenchimento foram sobre as condições fisiológicas: pulso, pressão arterial, frequência respiratória e escala de coma de Glasgow. O Revised Trauma Score (RTS) foi calculado em 31% dos casos e a metodologia TRISS aplicada em 30,3% dos pacientes. As principais características epidemiológicas mostraram um predomínio de vítimas jovens do sexo masculino (84,7%) e a importância das agressões como causa de lesões (47,5%), superando os acidentes de trânsito. O tempo médio de permanência foi seis dias e a mortalidade, 13,7%.
CONCLUSÃO:
os registros de trauma são ferramentas de grande valor para melhorar a assistência às vítimas de trauma. É necessário melhorar a qualidade do registro de dados no prontuário médico. O envolvimento do poder público é fundamental para a implantação e manutenção dos RT nos hospitais brasileiros.
Sistema de registro; Controle de formulários e registros; Emergências; Trauma; Traumatologia