Objetivo:
avaliar características casos de carcinoma de tireoide atendidos em um hospital de referência em câncer entre 2008 e 2010.
Métodos:
foram analisadas variáveis clínico-patológicas de 807 casos tratados em três anos: sintomas, fatores de risco, exames de diagnóstico, estadiamento, tipo histológico, tratamento realizado e complicações.
Resultados:
o sexo feminino foi o mais acometido com 660 casos (82%). A média de idade ao diagnóstico foi 44,5 anos. A exposição prévia à radiação ionizante foi referida por 22 (3%) pacientes, a história familiar de câncer de tireoide por 89 (11%) pacientes e 289 (36%) pacientes relataram outros tipos de câncer na família. A punção aspirativa por agulha fina foi o principal parâmetro para indicação operatória e foi sugestiva de carcinoma em 463 pacientes (57%). O carcinoma papilífero foi o tipo histológico mais incidente, com 780 casos (96,6%). Foram realizadas 728 (90%) tireoidectomias totais, 43 (5,3%) reoperações ou tireoidectomias parciais seguidas de totalização, 23 (2,8%) tireoidectomias ampliadas e apenas 13 (1,6%) tireoidectomias parciais (lobectomia com istmectomia). O esvaziamento cervical, associado à tireoidectomia, foi feito em 158 pacientes (19,5%). Observamos predomínio dos tumores classificados como T1 em 602 (74,6%) dos pacientes. A hipocalcemia transitória foi a complicação mais frequente.
Conclusão:
os resultados mostram que o aumento mundial da incidência do câncer de tireoide alterou o perfil dos pacientes atendidos em serviço de referência. Além disso, ocorreram mudanças no tipo de tratamento cirúrgico empregado, com aumento no uso da tireoidectomia total em relação às parciais e subtotais e diminuição do uso de esvaziamento cervical eletivo para estas neoplasias.
Glândula tireoide; Câncer de tireoide; Adenocarcinoma; Tireoidectomia