Objetivo:
apresentar uma série de casos consecutivos de ressecções pancreáticas com mortalidade nula, discutindo os aspectos relacionados ao preparo pré-operatório, técnica cirúrgica e cuidados pós-operatórios.
Métodos:
foram analisados prospectivamente 50 pacientes consecutivos submetidos à ressecções pancreáticas para o tratamento de doenças pancreáticas ou periampulares. As principais complicações locais foram definidas segundo critérios internacionais. A mortalidade intra-hospitalar foi considerada quando o óbito ocorreu nos primeiros 90 dias do pós-operatório.
Resultados:
a faixa etária variou entre 16 e 90 anos (média: 53,3 anos). Anemia (Hb<12g/dl) e icterícia pré-operatória estavam presentes, respectivamente, em 38% e 40% dos casos. A maior parte dos pacientes era portadora de tumor periampular (66%). O procedimento cirúrgico mais realizado foi a operação de Kausch-Whipple (70%). Em seis pacientes (12%) houve necessidade de ressecção de segmento do eixo mesentericoportal. O tempo cirúrgico médio foi 445,1 minutos. Vinte e dois pacientes (44%) evoluíram sem nenhuma complicação clínica e tiveram tempo médio de internação de 10,3 dias. As complicações mais frequentes foram: fístula pancreática (56%), retardo do esvaziamento gástrico (17,1%) e sangramento (16%).
Conclusão:
nas últimas três décadas a ressecção pancreática ainda é considerada um desafio, principalmente fora dos grandes centros especializados. Apesar disso, com uma equipe habituada com esse procedimento, um baixo índice de mortalidade é possível.
Pâncreas; Procedimentos Cirúrgicos Operatórios; Pancreatectomia; Pancreaticoduodenectomia; Mortalidade