RESUMO
Objetivo:
investigar a taxa de resolução espontânea de uma série de pacientes com diagnóstico de fimose fisiológica e sua relação com o tempo de observação e com a presença de sintomas.
Métodos:
estudo retrospectivo e de seguimento longitudinal e observacional de pacientes em acompanhamento por fimose fisiológica, que não haviam realizado tratamento tópico. Estes pacientes foram convocados para uma consulta médica de reavaliação ou tiveram dados recentes obtidos a partir da análise dos prontuários. A taxa de resolução espontânea foi determinada e comparada estatisticamente de acordo com a idade, com a presença de sintomas no momento da primeira consulta e com o tempo transcorrido entre a primeira consulta e a reavaliação.
Resultados:
setenta e um pacientes foram incluídos no estudo. O tempo médio de observação, entre a primeira consulta e a reavaliação foi de 37,4 meses. Houve resolução espontânea da fimose em 32 (45%) pacientes. As crianças que apresentaram resolução espontânea eram mais jovens no momento do diagnóstico inicial e foram observadas por um maior intervalo de tempo. A maior parte dos pacientes assintomáticos na primeira consulta apresentou resolução espontânea. No entanto, não foi possível estabelecer uma relação significativa entre a presença de sintomas e a evolução da fimose fisiológica.
Conclusões:
o tempo de observação foi o maior determinante para a resolução espontânea de pacientes com fimose fisiológica, o que reforça a tendência atual mais conservadora em relação às indicações de circuncisão para estes pacientes.
Descritores:
Fimose; Circuncisão Masculina; Criança