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Repercussões em longo prazo da derivação gástrica em Y de Roux em população de baixa renda: avaliação após dez anos de cirurgia.

RESUMO

Objetivo:

avaliar a evolução ponderal, nutricional e a qualidade de vida de pacientes de baixa renda, após dez anos de derivação gástrica em Y de Roux (DGYR).

Métodos:

estudo longitudinal, retrospectivo e descritivo, que avaliou a perda do excesso de peso, o reganho de peso, a evolução da hipertensão arterial, do diabetes mellitus tipo 2, da anemia e da hipoalbuminemia em 42 pacientes de classes sociais D e E submetidos à DGYR. A qualidade de vida foi avaliada através do Bariatric Analysis and Reporting Outcome System (BAROS).

Resultados:

dos 42 pacientes, 68,3% se definiram como não praticantes de atividade física regular, e somente 44,4% e 11,9% tinham acompanhamento médico e nutricional regulares, respectivamente. Foi encontrada média da perda do excesso de peso de 75,6%±12 (IC=71,9-79,4) e perda ponderal insuficiente apenas em um paciente. O reganho ponderal médio foi de 22,3%±16,2 (IC=17,2-27,3), com 64,04% da amostra apresentando reganho maior do que 15% do peso mínimo. 52,3% da amostra apresentou anemia após dez anos de cirurgia e 47,6% deficiência de ferro. Hipoalbuminemia foi encontrada em 16,6% da amostra. Houve remissão da HAS em 66% e do diabetes mellitus tipo 2 em 50%. O BAROS demonstrou melhora na qualidade de vida em 85,8% dos pacientes.

Conclusão:

pudemos observar, em uma população com diversas limitações socioeconômicas, que a DGYR manteve resultados satisfatórios quanto à perda peso, mas o seguimento ineficiente pode comprometer o resultado final, especialmente no que diz respeito às deficiências nutricionais.

Descritores:
Obesidade; Cirurgia Bariátrica; Derivação Gástrica; Qualidade de Vida.

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