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Câncer gástrico em adultos jovens: um grupo de pior prognóstico?

RESUMO

Objetivo:

avaliar as características clínico-patológicas e sobrevivência de pacientes jovens, portadores de câncer gástrico, independentemente da intenção de tratamento.

Métodos:

análise retrospectiva de todos os pacientes com câncer gástrico submetidos a qualquer tratamento cirúrgico entre 2008 e 2017. Pacientes com idade inferior a 45 anos foram considerados adultos jovens, e aqueles com mais de 45 anos foram definidos como grupo com idade avançada.

Resultados:

dos 875 pacientes avaliados, 84 (9,6%) eram adultos jovens e 791 (90,4%) tinham idade avançada. Jovens associaram-se ao sexo feminino (p<0,001), menor escore de Charlson (p=0,002), ASA I/II (p<0,001), tipo difuso de Lauren (p<0,001) e tumores pouco diferenciados (p<0,001). Não houve diferença entre os grupos quanto à intenção de tratamento (paliativo versus curativo) (p=0,267) e estádio clínico cTNM (p=0,120). A sobrevida livre de doença foi pior nos jovens (p=0,049), mas a sobrevida global foi semelhante entre os grupos (p=0,578). A análise multivariada identificou gastrectomia total, pT3/T4, pN+ e tipo difuso de Lauren como fatores prognósticos associados a pior sobrevida livre de doença e sobrevida global. A idade não foi um fator independente associado a pior prognóstico.

Conclusão:

apesar de os jovens apresentarem uma menor sobrevida livre de doença, a sobrevida global foi semelhante entre os grupos, e a idade não demonstrou ser um fator prognóstico independente significativo.

Descritores:
Neoplasias Gástricas; Idade de Início; Adulto Jovem; Análise de Sobrevida.

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