Este artigo analisa o processo de construção identitária de Marcelo Crivella (então senador da República, eleito em 2002 pelo Partido Liberal, e bispo da Igreja Universal do Reino de Deus) em sua campanha para o cargo de prefeito da cidade do Rio de Janeiro nas eleições de 2004 a partir da pesquisa do processo eleitoral nos jornais Folha Universal e O Globo. A observação de três tipos de recursos discursivos utilizados pelas publicações referidas indica, em sua orientação para a disputa política, a ocorrência de uma identidade fragmentária referente ao candidato. Tal processo explica-se no âmbito religioso como uma consequência do fenômeno da secularização e aponta para a autonomia da esfera política e sua relação com a pluralidade de esferas semânticas na sociedade.
identidade; campanha eleitoral; imprensa; secularização