Resumo:
Para cavar um nicho na discussão pública sobre o meio ambiente, cujo surgimento e propagação foram alheios à interferência de qualquer religião, os líderes da Igreja Católica vêm formulando desde o papado de Paulo VI uma concepção ecológica própria, que tem como fundamento a conexão de aspectos físicos da crise ambiental com o diagnóstico de uma degradação moral. A natureza “agredida” não é só a que está “fora”, mas a que está “dentro” do ser humano. Partindo de sentidos e diagnósticos diferentes, essa ecologia católica acaba colidindo, em diversos aspectos, com postulados dos movimentos ambientalistas seculares. Este artigo procura mapear a formação dessa visão ecológica a partir do núcleo oficial católico, analisando sociologicamente os seus pontos de tensão com outras concepções ambientalistas.
Palavras-chave:
ecologia católica; movimentos ambientalistas; moralidade; direitos da natureza; ativismo público.