Resumo
Introdução:
Receptores de rim de doadores vivos HLA-idêntico apresentam menor risco para rejeição aguda e maior sobrevida do enxerto, quando comparado a outros tipos de transplante. Um regime imunossupressor sem inibidor de calcineurina (ICN) pode melhorar ainda mais esses resultados, através da redução de eventos cardiovasculares, metabólicos e tóxicos secundários a esse fármaco.
Objetivo:
Avaliar eficácia e segurança do novo tratamento imunossupressor com suspensão planejada do ICN.
Métodos:
Estudo prospectivo, aberto, braço único de tratamento em único centro para avaliar resultados do transplante renal HLA-idêntico em pacientes que recebem everolimo (EVR), tacrolimo (TAC) e corticoide, seguido da descontinuação do TAC 30 dias pós-transplante. Após análise interina de eficácia, a descontinuação do TAC foi postergada para
o terceiro mês pós-transplante, através de emenda ao protocolo.
Resultados:
Trinta e nove pacientes foram incluídos. Apesar de as médias das concentrações de TAC e EVR terem respeitado os intervalos propostos, cinco pacientes tiveram rejeição aguda comprovada por biópsia e um paciente apresentou um episódio de glomerulite com depósitos de C4D. Esse resultado demandou o fim das inclusões. A proporção de pacientes com proteinúria > 0.5g/L não atingiu mais que 22% dos pacientes em nenhuma visita. Os eventos adversos mais frequentes foram relacionados ao uso de EVR: úlceras orais, dislipidemia e edema periférico.
Conclusão:
O regime proposto não foi eficaz para essa população, principalmente pela alta incidência de rejeição aguda. O perfil de segurança mostrou que a exposição prolongada a altas concentrações sanguíneas de EVR aumenta a incidência dos eventos adversos relacionados ao fármaco.
Palavras-chave:
doadores vivos; imunossupressão; transplante de rim