RESUMO
Introdução:
O número de pacientes incidentes e prevalentes em diálise tem aumentado, assim como o número de candidatos ao transplante renal no Brasil, sem um aumento proporcional do número de doadores de órgãos. O uso de rins expandidos, quanto à função renal, pode ser uma alternativa para aumentar a oferta de órgãos.
Objetivo:
discutir a viabilidade do uso de rins expandidos quanto à função renal, que estejam em lesão renal aguda severa.
Métodos:
foram avaliados todos os casos de transplante renal de doador falecido realizados no Hospital das Clínicas de Botucatu da UNESP, de janeiro de 2010 a junho de 2018, totalizando 732 casos. Selecionou-se os casos com creatinina final do doador maior do que 6 mg/dL.
Resultados:
quatro pacientes foram selecionados, dos quais todos os doadores estavam em lesão renal aguda (LRA) severa. Esses doadores apresentavam rabdomiólise como provável causa de LRA severa, eram jovens, sem comorbidades e apresentavam diminuição de volume urinário nas últimas 24 horas. A evolução clínica de todos os receptores foi satisfatória, com taxa de filtração glomerular após o transplante variando entre 48 a 98 mL/min/1,73m2.
Conclusão:
essa série de casos mostra a possibilidade de utilização de doadores renais em LRA severa, desde que respeitadas as condições seguintes: idade do doador, rabdomiólise como causa de LRA e achados de biópsia favoráveis à implantação. Estudos adicionais com melhores desenhos, maior número de pacientes e maiores tempos de seguimento são necessários.
Palavras-chave:
Transplante de Rim; Doadores de Tecidos; Função Retardada do Enxerto; Lesão Renal Aguda