RESUMO
Introdução:
A doença renal crônica (DRC) na infância é rara, contudo provoca repercussões em vários aspectos da vida, pois a doença e o tratamento causam grandes transformações no cotidiano da criança e de sua família, gerando no cuidador aumento de sobrecarga.
Objetivo:
Avaliar a sobrecarga dos cuidadores primários de crianças e adolescentes que realizam terapia renal substitutiva (TRS).
Métodos:
Estudo transversal, observacional, realizado na Unidade Renal Pediátrica de um hospital-escola no Nordeste. Participaram da pesquisa 49 cuidadores primários de pacientes pediátricos com DRC em TRS acompanhados no serviço. Utilizaram-se instrumentos validados para avaliar sobrecarga, sintomas depressivos e ansiosos. Realizaram-se testes de hipóteses para analisar os achados de sobrecarga, depressão e ansiedade com o perfil da amostra.
Resultados:
A maioria dos cuidadores é mãe da criança (89,8%), idade entre 36 a 45 anos (46,9%), possui Ensino Fundamental (55,1%), afirmou sentir dores pelo corpo (69,4%), porém não tem doença crônica. A maioria das crianças está em TRS de 1 a 3 anos (40,8%), idade de 9 a 11 anos (30,6%), sexo masculino (55,1%), realiza hemodiálise (38,8%). Os cuidadores apresentaram nível moderado de sobrecarga (2,10), alta prevalência de sintomas depressivos (18,4%) e ansiosos (47%) moderados a graves e forte correlação de sobrecarga com depressão e ansiedade.
Conclusões:
Cuidar de uma criança com DRC é uma experiência intensa, com consequências negativas, devido às dúvidas sobre o futuro e quanto aos cuidados que essa criança requer. É necessário implementar ações que visem ajudar esses cuidadores a gerir melhor o cuidado, assim como seus próprios sentimentos.
Palavras-chave:
Cuidadores; Nefrologia; Criança; Adolescente; Depressão; Ansiedade