O estudo reconstitui as estratégias compositivas de um poema de Carlito Azevedo, "Na noite física" (1996), que glosa e incorpora um poema sem título de Charles (1985). As transformações revelam a trama intertextual de um poeta contemporâneo em que a erotização textual se sobrepõe à sua matéria, cuja violência fica sugerida. Discute-se o problema da isenção do sujeito produzida pela dissolução referencial, principalmente a estetização decorrente de um espetáculo verbal feito com os elementos anti-ilusionistas da poesia moderna.
poesia contemporânea; poesia brasileira; Carlito Azevedo; intertextualidade