É feita uma análise das tendências da desigualdade salarial da força de trabalho feminina no Brasil, segundo a raça, durante as décadas de 1980 e 1990. Crescentes retornos de qualificação e crescente demanda por trabalho qualificado resultam em uma divergência do crescimento salarial entre os trabalhadores com alta e baixa qualificação. Este crescente hiato resulta em um aumento da desigualdade salarial por raça. Com o propósito de interpretar as tendências, são examinadas diferenças por raça nos padrões de casamento, fecundidade, arranjos domiciliares, níveis educacionais, participação na força de trabalho, níveis de qualificação, alocação ocupacional e salários, distinguindo entre medidas de período e coorte. São usados dados provenientes das PNADs 1987-1999 para analisar a importância de mudanças inter e intracoortes para mulheres brancas e negras. Funções salariais são estimadas a partir dos dados agregados da série temporal de cross sections, usando mínimos quadrados ordinários e regressões quantílicas.
desigualdade salarial; diferenciais por raça; regressão quantílica