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Overeducation e undereducation no Brasil: incidência e retornos

Nos países desenvolvidos, a literatura acerca da sobreeducação encontra-se em expansão. Há vários autores preocupados com a existência de diferenças entre os requisitos educacionais das ocupações e a escolaridade possuída pelos indivíduos e os seus efeitos. O objetivo deste artigo é acrescentar evidências a essa literatura, avaliando a incidência e os retornos da sobreeducação e da subeducação no Brasil, nas Grandes Regiões e no Estado de São Paulo. Também foram analisadas as diferenças por gênero e por grande grupo ocupacional. Foram utilizados dados do Censo de 2000 e da Classificação Brasileira das Ocupações de 2002. Entre as regiões, os níveis de adequação oscilaram entre 25% e 31% e os de sobreeducação entre 14% e 19%. A região Sudeste apresentou a maior taxa de adequação e a região Sul a maior taxa de sobreeducação. O Nordeste apresentou a mais alta subeducação, sendo que quase 60% dos trabalhadores encontravam-se nesta condição. Relativamente aos retornos, a comparação entre os resultados de homens e mulheres evidenciou que o retorno de ser sobreeducada era de 13,9%, enquanto o de ser sobreeducado era de 12,1%. Verificamos, também, no caso dos homens, que o retorno da sobreeducação é maior nas regiões Centro-Oeste (12,7%) e Sudeste (12,4%). No caso das mulheres, constatamos que as duas regiões de maior dinamismo econômico - Sudeste e Sul - apresentaram menores retornos da sobreeducação (13,6% e 12,1%, respectivamente).

sobreeducação; subeducação; economia da educação; Brasil


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