Este artigo busca desafiar a visão amplamente disseminada de que o uso de formulações as if pelos economistas implica uma perspectiva metodológica instrumentalista (i.e., antirrealista). Baseado em uma análise do papel das proposições as if na teorização científica, argumenta-se que elas são também compatíveis com uma postura realista. Para efetuar a tarefa citada, discute-se o que são as formulações as if e identificam-se alguns dos seus usos realistas e instrumentalistas na prática efetiva de Economia e Biologia Evolucionária. Mais fundamentalmente, o presente trabalho sugere que o as if pode receber uma interpretação realista se consistir em uma contrapartida simplificada de uma explicação que descreve explicitamente processos evolucionários que produzem padrões de comportamento no mundo econômico real.
metodologia; "como se"; instrumentalismo e realismo