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A roupa nova do presidente: a politização da imagem pública de Jânio Quadros (1947-1961)

A imagem pública de Jânio Quadros é frequentemente considerada como desprovida de quaisquer significados políticos, seja por historiadores ou pela memória coletiva. Na maioria dos casos, ele é tratado como um demagogo que se promovia apenas através de seu personalismo, exibindo-se em suas aparições públicas despenteado e com camisas abertas no colarinho. Tal perspectiva está profundamente relacionada com a forma pela qual seus oponentes e inimigos o representavam nos debates políticos, e em seu cerne foi bem-sucedida, tendo penetrado na historiografia. Neste texto, porém, pretendo sugerir que, perpassando a década de 1950 e o início da de 1960, desde o início de sua carreira até o momento em que disputou eleições presidenciais e foi o presidente do Brasil, as imagens de Jânio veiculavam um amplo leque de sentidos políticos. Por meio de gestos e roupas, destacando-se aí seus slacks indianos, ele procurou expressar seus projetos relacionados à Democracia Cristã e à Política Externa Independente. Para lidar com essa hipótese, as principais fontes fotográficas e textuais elencadas são as revistas O Cruzeiro e Manchete da época, e outras fotos e ilustrações que então foram bastante difundidas.

Democracia cristã; Imagem; Jânio Quadros; Política; Política externa independente; Slacks


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