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Construção do espaço museal: ciência, educação e sociabilidade na gênese do Parque Zoobotânico do Museu Goeldi (1895-1914)1 1 Este artigo é resultado de dois projetos de pesquisa sobre a história e a construção do Museu Paraense Emílio Goeldi entre os anos 1894 e 1914, cuja execução foi possível graças ao apoio de várias instituições do Brasil e da Suíça. Lilian Suescun Florez agradece ao Programa de Capacitação Institucional do Museu Paraense Emílio Goeldi pela concessão de uma bolsa de pesquisa (MPEG processo 300015/2016-0). Nelson Sanjad agradece à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior pela concessão de uma bolsa de pós-doutorado no exterior entre 2013 e 2014 (Capes processo 18109-12-8), ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq processo 431149/2016-0) e à Stiftung Emilia-Guggenheim-Schnurr pela concessão de auxílios financeiros. Os autores também agradecem aos avaliadores do artigo pelos comentários e pelas críticas. O apoio da família Huber, do Naturhistorisches Museum der Burgergemeinde Bern (Berna, Suíça) e do staff técnico do Staatsarchiv des Kantons Basel-Stadt (Basileia, Suíça), do Arquivo Guilherme de La Penha/MPEG, da Biblioteca Domingos Soares Ferreira Penna/MPEG e do Herbário João Murça Pires/MPEG (Belém, Brasil) foi fundamental para o acesso às fontes aqui citadas.

Construction of the museal space: science, education and sociality in the genesis of the Goeldi Museum’s Zoobotanical Park (1895-1914)

RESUMO

O artigo analisa a construção do Parque Zoobotânico do Museu Paraense Emílio Goeldi durante a gestão de seus idealizadores, Emílio Goeldi (1895-1907) e Jacques Huber (1907-1914). Embora o parque constitua hoje uma área orgânica e ocupe todo um quarteirão no centro de Belém, Pará, ele foi concebido como dois anexos distintos do museu, o jardim zoológico e o horto botânico, situados, cada um, em lados opostos ao prédio principal da instituição. Esses anexos foram criados a partir da desapropriação, transformação e ressignificação de terrenos, edificações e vegetais que já existiam no local. Tendo como pontos de partida o conceito de musealidade e as questões que fundamentam a criação e o funcionamento dos museus, o texto se desenvolve em quatro narrativas - comunicacional e educativa, científica, lazer e sociabilidade, doméstica - que entendemos como matrizes que deram forma e organizaram o espaço museal. Essas narrativas permitiram estudar a gênese da identidade institucional, a qual, em sua essência, se perpetua até a atualidade.

PALAVRAS-CHAVE:
Coleção Viva; Jardim Botânico; Museus de Natureza; Musealização

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