O presente trabalho tem como objetivo apontar os benefícios decorrentes de uma integração entre pesquisa básica e psicoterapia. Enfatizaram-se as memórias autobiográficas de pacientes depressivos, as quais se caracterizam por serem supergeneralizadas (i. e., demasiadamente genéricas e inespecíficas). Dentre as conseqüências de uma tendência de processamento mnemônico supergeneralizado, estão a dificuldade para imaginar o futuro, déficits na habilidade de resolução de problemas, favorecimento da perpetuação de processos ruminativos e atos suicidas. As implicações para terapia cognitiva da depressão giram em torno da necessidade de se enfatizarem as especificidades, sejam elas a respeito de situações passadas ou de circunstâncias vindouras desejadas.
Depressão; memória; terapia cognitiva