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Diferenças entre fatores de risco para infecção pelo HIV em usuários de drogas injetáveis do Rio de Janeiro e Porto Alegre

Risks differences of HIV infection between injection drug users in Rio de Janeiro and Porto Alegre

INTRODUÇÃO: No Brasil, aproximadamente 19 mil pessoas adquiriram o vírus HIV por meio do uso de drogas injetáveis desde o início da epidemia, com a soroprevalência em amostras destes usuários variando entre 25% e 65%. O objetivo deste estudo é comparar os comportamentos de risco para infecção por HIV entre amostras de usuários de cocaína injetável do Rio de Janeiro e de Porto Alegre. MÉTODOS: Comparação entre dados de estudos transversais conduzidos em Porto Alegre e no Rio de Janeiro. Um grupo de 250 indivíduos que haviam utilizado cocaína injetável nos seis meses prévios à coleta respondeu ao RBA (Risk Behaviour Assessement) e realizou testagem anti-HIV em ambos os centros. RESULTADOS: Não houve diferença estatisticamente significativa entre os dados demográficos, exceto entre as médias de idade (31 anos no Rio de Janeiro e 28 anos em Porto Alegre). Em Porto Alegre, houve maior uso de cocaína injetável e maior número de comportamentos de risco relacionados a este uso. No Rio de Janeiro, houve mais comportamentos sexuais de risco e uso mais freqüente de cocaína aspirada e álcool. DISCUSSÃO: Os usuários de cocaína injetável das duas regiões estudadas apresentavam freqüências diferentes nos comportamentos de risco para HIV, e estes comportamentos parecem estar relacionados com o tipo, a via e a freqüência das drogas utilizadas. Os dados foram coletados entre 1994 e 1997, quando o uso de crack era menor nestas cidades, o que pode ter alterado o padrão atual de comportamentos de risco para HIV em usuários de cocaína.

HIV; AIDS; cocaína; drogas injetáveis


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