CONTEXTO: A prevalência do uso de drogas tem aumentado entre os jovens universitários, trazendo preocupação adicional aos estudantes de medicina que irão se deparar com as conseqüências desse problema durante o período de formação e na prática clínica. OBJETIVOS: Avaliar as atitudes dos estudantes de medicina diante do abuso de drogas por colegas do meio acadêmico, comparando-as quanto às diferentes drogas envolvidas (ilícitas, lícitas e exclusivamente álcool). MÉTODOS: Três versões de um questionário de auto-administração, aprovado pela Comissão de Ética para Análise de Projetos de Pesquisa, foram distribuídas em igual número para diferentes grupos de estudantes de medicina da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), sendo o enfoque de cada um deles as drogas lícitas, as ilícitas e o álcool. RESULTADOS: Os resultados mostraram que existe diferença na atitude intervencionista dos estudantes diante do abuso de diferentes drogas. Também houve diferença ao considerarem a participação dos colegas, familiares e profissionais na abordagem do problema e quanto ao plano de tratamento nos casos de abuso. CONCLUSÕES: Os estudantes são mais tolerantes e consideram-se menos vulneráveis ao abuso do álcool, e, portanto, os prejuízos podem não ser percebidos até que haja uma disfuncionalidade incapacitante no campo pessoal e profissional.
Estudantes de medicina; abuso de drogas; ética