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O estigma atribuído pelos psiquiatras aos indivíduos com esquizofrenia

CONTEXTO: A literatura acerca da maneira como a população geral estigmatiza indivíduos com distúrbios mentais aumentou consideravelmente nas últimas décadas. Mas a dúvida sobre se os psiquiatras também estigmatizam seus pacientes ainda permanece. OBJETIVO: O presente estudo visou avaliar as atitudes de psiquiatras brasileiros em relação aos indivíduos com esquizofrenia. MÉTODOS: Dos cerca de 6.000 participantes do Congresso Brasileiro de Psiquiatria em 2009, 1.414 psiquiatras concordaram em participar do estudo. Entrevistas face a face foram realizadas utilizando um questionário que avaliava o estigma em três dimensões: estereótipos, distância social e preconceito, todas relacionadas a alguém com esquizofrenia. Opinião sobre medicações psicotrópicas e tolerância aos efeitos colaterais também foram avaliadas. Dados sociodemográficos e profissionais foram coletados. RESULTADOS: Psiquiatras brasileiros tenderam a estereotipar negativamente pessoas com esquizofrenia. Estereótipos negativos correlacionaram-se com uma melhor opinião sobre medicações psicotrópicas e com maior tolerância a efeitos colaterais. Idade maior correlacionou-se com estereótipos positivos e com menor preconceito. CONCLUSÃO: Os psiquiatras estigmatizam indivíduos com esquizofrenia e possivelmente têm certa dificuldade em admitir esse fato. Campanhas antiestigma para profissionais de saúde mental devem ser promovidas.

Estigma; estereótipos; preconceito; distância social; esquizofrenia; profissionais de saúde mental


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