Este artigo propõe-se a examinar a originalidade do pensamento político marxista do filósofo brasileiro Carlos Nelson Coutinho (1943-2012), recentemente falecido. O mais audacioso projeto do autor brasileiro em teoria política, sugerido em uma série de ensaios, e na justaposição das démarches teóricas de Gramsci e Lukács, foi o de abordar a questão da hegemonia como contrato. Não se trata de uma abordagem comum: na tradição canônica da filosofia política, hegemonia e contrato atendem a tradições distintas e vistas em geral como antagônicas, respectivamente o realismo político e o contratualismo.
Carlos Nelson Coutinho; Hegemonia; Estado ampliado; Gramsci; Marxismo