EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR S.A.: MUDANÇAS E SUBJETIVIDADES NA NORMA CORPORATIVA

Novaes, Renato Cavalcanti; Triani, Felipe da Silva; Soares, Antonio Jorge Gonçalves; Telles, Silvio de Cassio Costa

doi:10.1590/ES.233849

Renato Cavalcanti Novaes

Marinha do Brasil – Centro de Instrução Almirante Alexandrino – Rio de Janeiro (RJ), Brasil. E-mail: rennovaes@hotmail.com

Universidade do Estado do Rio de Janeiro – Programa de Pós-graduação em Ciências do Exercício e do Esporte – Rio de Janeiro (RJ), Brasil.

http://orcid.org/0000-0003-3804-2313

Felipe da Silva Triani

Universidade Estácio de Sá – Rio de Janeiro (RJ), Brasil. E-mail: felipetriani@gmail.com

Universidade do Estado do Rio de Janeiro – Programa de Pós-graduação em Ciências do Exercício e do Esporte – Rio de Janeiro (RJ), Brasil.

http://orcid.org/0000-0001-6470-8823

Antonio Jorge Gonçalves Soares

Universidade Federal do Rio de Janeiro – Programa de Pós-graduação em Educação – Rio de Janeiro (RJ), Brasil. E-mail: ajgsoares@gmail.com

http://orcid.org/0000-0001-7769-9268

Silvio de Cassio Costa Telles

Universidade do Estado do Rio de Janeiro – Programa de Pós-graduação em Ciências do Exercício e do Esporte – Rio de Janeiro (RJ), Brasil.

Universidade Federal do Rio de Janeiro – Programa de Pós-graduação em Educação Física – Rio de Janeiro (RJ), Brasil. E-mail: telles.ntg@terra.com.br

http://orcid.org/0000-0003-2652-6118

Editor de Seção: Sandra Maria Zákia L Sousa

Contribuição dos Autores

Problematização e conceitualização: Novaes R; Telles S; Metodologia: Novaes R; Triani F; Soares A; Telles S; Análise: Novaes R; Triani F; Soares A; Telles S; Redação: Novaes R; Triani F; Soares A; Telles S.

Renato Cavalcanti Novaes é professor na Marinha do Brasil. Doutorando e mestre em Ciências do Exercício e do Esporte pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Membro do Grupo de Pesquisa Escola, Esporte e Cultura (GPEEsC).

Felipe da Silva Triani é professor na Universidade Estácio de Sá. Doutorando em Ciências do Exercício e do Esporte pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e mestre em Humanidades, Culturas e Artes pela Universidade do Grande Rio (Unigranrio). Membro do Grupo de Pesquisa Escola, Esporte e Cultura (GPEEsC).

Felipe da Silva Triani é professor na Universidade Estácio de Sá. Doutorando em Ciências do Exercício e do Esporte pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e mestre em Humanidades, Culturas e Artes pela Universidade do Grande Rio (Unigranrio). Membro do Grupo de Pesquisa Escola, Esporte e Cultura (GPEEsC).

Silvio de Cassio Costa Telles é professor adjunto da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), onde atua, respectivamente, no Programa de Pós-graduação em Educação Física e no Programa de Pós-graduação em Ciências do Exercício e do Esporte. Líder do Grupo de Pesquisa Escola, Esporte e Cultura (GPEEsC). Doutor em Educação Física e Cultura pela Universidade Gama Filho.

Estágio	Caracterização
1) A invenção como formulação da mudança	Invenção surge a partir das ideias/atividades de um grupo de educadores, às vezes como uma resposta a “ondas de opinião”, demandas/resistência dos alunos ou invenções do mundo externo. As ideias necessárias para as mudanças estão geralmente disponíveis por um longo período de tempo em diferentes lugares. Apenas algumas dessas invenções efetivamente ocorrerão.
2) A promoção como implementação da mudança	Promoção por grupos de educadores internos ao sistema educacional. As invenções ocorrerão onde e quando as pessoas se interessarem por ideias novas, não apenas pelo seu conteúdo intelectual, mas também como meio de estabelecer uma nova identidade intelectual e um novo papel ocupacional. Dessa forma, grupos com menor status, poucas possibilidades profissionais e até mesmo dificuldades de sobrevivência profissional podem abraçar e promover novas invenções, por exemplo, no caso da disciplina Meio Ambiente. Por outro lado, grupos de maior status podem ignorar oportunidades de mudança por já estarem satisfatoriamente bem-estabelecidos. [...] A promoção das invenções ocorre a partir da percepção da possibilidade de aumento do status profissional.
3) A legislação como uma política estabelecida	A promoção de novas invenções, se bem-sucedida, acarreta o estabelecimento de novas categorias ou grupos. Enquanto a promoção é inicialmente gerada internamente, é preciso desenvolver laços externos que sustentem as mudanças. Esse será um estágio importante para assegurar que novas categorias ou sujeitos sejam de fato reconhecidos e “instituicionalizados”. A legislação está associada com o desenvolvimento e a manutenção da retórica de legitimidade, que confere apoio automático à atividade profissional.
4) A mitologização como mudança estabelecida	Assim que o apoio automático foi alcançado por um indivíduo ou pela categoria, uma ampla gama de atividades pode ser realizada. Os limites se estabelecem pelas atividades que ameaçam a retórica da legitimidade estabelecida e, consequentemente, o grupo constituído. O sujeito, nesse momento, possui status mitológico. Ele representa um tipo licença que foi garantida (como uma patente ou um direito autoral) com a plena força da lei que o resguarda. Nesse momento, quando o sujeito foi inventado com sucesso, o processo de invenção e implementação está completo.

Estágio	Caracterização
1) Declaração dos objetivos desejados;	Definida por grupos internos localizados em think-tanks e grupos corporativos. Enfatiza competitividade econômica e questões relacionadas à reestruturação econômica e neoliberal. A educação em si possui pouco valor a não ser no que diz respeito ao mercado de trabalho e à economia.
2) Tradução de objetivos econômicos em contexto educacional;	Instrumentalização de sistemas de valor de mercado no espaço educacional. Educação e currículo se transformam num bem comum como qualquer outro.
3) Delineamento de “regras de operação” na educação;	Comercialização de procedimentos e práticas escolares, estratificação por meio da diferenciação. Foco em exames para comparação e organização em tabelas de resultados. Professores vistos como técnicos que implementam esse sistema e são pagos pelos resultados obtidos.
4) Obrigação e manipulação.	A legislação expressa os objetivos econômicos com mecanismos de aplicação direta na educação. O “pânico moral” é encorajado pela mídia, instrumento corporativo, sobre a educação pública – progressiva comercialização dos setores educativos. Entrada corporativa nas escolas e comercialização do currículo (p. ex., definição de um núcleo comum na maior parte dos estados dos EUA e a provisão de livros didáticos publicados por gigantes agências corporativas).

Livro	Volume	Autor(es)	Editora	Ano	Exemplares vendidos	Valor total (R$)
Práticas Corporais: Educação Física – Manual do Professor	1º e 2º anos	Darido et al.	Moderna	2017b	54.282	584.863,35
Práticas Corporais: Educação Física – Manual do Professor	3º ao 5º ano	Darido et al.	Moderna	2017b	84.153	925.242,90
Encontros Educação Física	1º e 2º anos	Leopoldino et al.	FTD	2018aBOOG, A. C.; URIZZI, E. Práticas corporais e a Educação Física escolar: 1 e 2º anos. São Paulo: Boreal Edições, 2018a., 2018bBOOG, A. C.; URIZZI, E. Práticas corporais e a Educação Física escolar: 3 a 5º anos. São Paulo: Boreal Edições, 2018b.	40.858	210.418,70
Encontros Educação Física	3º ao 5º ano	Leopoldino et al.	FTD		62.470	447.285,20
Manual do Professor para a Educação Física	1º e 2º anos	StallivieriSTALLIVIERI, R. Manual do professor para a Educação Física: 1º ao 2º ano. Curitiba: Terra Sul, 2017.	Terra Sul	2017STALLIVIERI, R. Manual do professor para a Educação Física: 1º ao 2º ano. Curitiba: Terra Sul, 2017.	18.318	156.985,26
Manual do Professor para a Educação Física	3º ao 5º ano		Terra Sul	2018STALLIVIERI, R. Manual do professor para a Educação Física: 3º ao 5º ano. Curitiba: Terra Sul, 2018.	29.158	316.072,72
Práticas Corporais e a Educação Física Escolar	1º e 2º anos	Boog; UrizziBOOG, A. C.; URIZZI, E. Práticas corporais e a Educação Física escolar: 1 e 2º anos. São Paulo: Boreal Edições, 2018a.	Boreal	2018aLEOPOLDINO, L. et al. Encontros Educação Física: 1º e 2º anos. São Paulo: FTD Educação, 2018a., 2018bLEOPOLDINO, L. et al. Encontros Educação Física: 3º, 4º e 5º anos. São Paulo: FTD Educação, 2018b.	19.832	128.908,00
Práticas Corporais e a Educação Física Escolar	3º ao 5º ano		Boreal		31.345	162.680,55

[1] Editor de Seção: Sandra Maria Zákia L Sousa

Brasil

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EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR S.A.: MUDANÇAS E SUBJETIVIDADES NA NORMA CORPORATIVA

SCHOOL PHYSICAL EDUCATION PLC: CHANGES AND SUBJECTIVITIES IN THE CORPORATE RULE

EDUCACIÓN FÍSICA ESCOLAR S.A.: CAMBIOS Y SUBJETIVIDADES EN EL ESTÁNDAR CORPORATIVO

RESUMO