OBJETIVOS: Os autores revisam a bibliografia sobre medicação depot e apresentam dados referentes à adesão ao tratamento e hospitalizações entre os pacientes que realizam aplicações de enantato de flufenazina em regime ambulatorial no Hospital Espírita de Pelotas. MÉTODO: Analisaram-se os prontuários de pacientes que foram incluídos no regime depot anteriormente a maio de 2001 e que realizaram pelo menos uma aplicação entre maio de 2001 e junho de 2002, quanto à adesão ao tratamento e eventuais hospitalizações. RESULTADOS: De um total de 100 pacientes, 66 permaneciam em regime depot ao término do período estudado. Destes, 40 (61%) apresentavam boa adesão ao tratamento, enquanto 26 (39%) apresentavam má adesão. Houve um total de 25 pacientes que sofreram hospitalizações, entre os quais a maioria não estava em tratamento no término do estudo ou apresentava má adesão. Entre os pacientes procedentes do mesmo bairro em que se situa o hospital, 10 (67%) apresentavam boa adesão em comparação com 30 pacientes (59%) procedentes de bairros distintos. DISCUSSÃO: O número de hospitalizações variou visivelmente, conforme a permanência ou não em tratamento e a adesão ao mesmo. Pacientes provenientes de bairros distantes do hospital tenderam a apresentar pior adesão ao tratamento. CONCLUSÕES: É possível que pacientes em regime de aplicação depot residentes próximos ao local de aplicação beneficiem-se mais do tratamento que aqueles residentes em locais distantes. São necessários mais estudos comparando administrações depot com VO em termos de adesão e investigando fatores preditores de boa adesão ao tratamento.
Psiquiatria; serviços de saúde mental; perfil de saúde