Resumo
O artigo pretende analisar a trajetória do ermitão Manoel Correa, responsável pela manutenção da ermida de Nossa Senhora do Desterro, na cidade do Rio de Janeiro, nas últimas décadas do século XVII e princípios do século XVIII. O texto desenvolve três objetivos: ajudar a suprir a lacuna existente na historiografia a respeito de uma forma de vida religiosa pouco conhecida na América Portuguesa; mostrar como, por meio da coleta de esmolas, o ermitão alcançou projeção socioeconômica como administrador de imóveis urbanos e rurais, levando-o a adotar práticas devocionais próximas das elites coloniais; por fim, quando se analisam os conflitos envolvidos na execução do testamento de Manoel Correa, mostrar que havia indefinição sobre o estatuto do ermitão, ora aproximado dos devotos leigos, ora do clero.
Palavras-chave
Eremitas e eremitérios; esmolas; testamentos